Aos olhos nus, não passava de uma chuva repentina, mas aqui dentro soava como uma tempestade. (Clarice Lispector)
sábado, 12 de janeiro de 2013
Carta ao leitor
Caro leitor, vim lhe contar que a vida não é fácil. Digo, até pode ser fácil para quem já nasceu com a parte financeira bem estabilizada, uma família que te apoia e destinado a não sofrer por amor. Aí sim a vida me parece muito fácil. Mas a gente sabe, casos assim são raros. Raríssimos. Não baixe o mouse e nem feche a página. Continue aqui. Leia. Por favor.
Sabe quando está dando tudo certo? A vida segue calma, a sensação de alegria está presente constantemente em seu dia a dia... Desconfie. Sério, desconfie. Quando você menos espera, a tempestade chega. Ela derruba seu barquinho que navegava em paz na calmaria desse mar sem fim. E você chora. Esperneia. Grita. Se joga no chão. No fundo, você sabe que nada disso resolve seu problema. Mas faz tudo isso. Não adianta negar, eu sei que você faz.
Você senta no chão, coloca as mãos na cabeça e a cabeça entre as pernas... E desaba. Levanta com raiva, batendo a porta e parando mais adiante para chorar de novo. Você extravasa a raiva, joga as coisas, grita o máximo que pode na esperança de explodir e tudo isso acabar. Depois acalma. Continua chorando, mas agora deitado na sua cama, desejando ser abraçado e se sentir acolhido. Desejando ouvir um "vai ficar tudo bem". O sono te vence e você adormece. Pronto, a tempestade já se foi.
E como eu sei disso? Ah, leitor amado, tão ingênuo... É que, de certo modo, sou leitora também.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário