sábado, 28 de setembro de 2013

É só mais um sobre você

Gosto quando estamos assistindo televisão e tu fica olhando pra tela enquanto eu olho pro seu rosto com a maior vontade de correr para os seus braços, com tanta beleza bem na minha frente é difícil me conter. Gosto quando eu faço aquela cara que você não gosta e tu cerra os lábios. Fica ainda mais linda. Gosto de sentar com você em qualquer banco da praça e só ficar ali, não ter que dizer nada, porque o momento, em si, já diz tudo. Gosto quando tu fica mais alguns minutos depois de eu fazer um bico e dizer coisas do tipo "vou chorar". Gosto de fazer planos com você, de pensar num futuro ao seu lado. Gosto de imaginar o pra sempre. Gosto do quanto tu se esforça pra me ver o máximo de vezes possível em uma única semana e, quase sempre, me sinto a pior pessoa do mundo por não conseguir retribuir tudo isto. Gosto de acordar de madrugada e ter mensagem sua pra ler no meu celular. Gosto de tudo em você e, ainda mais, de você.
Eu não me importo em dividir a cama com você e de te ajudar com o café da manhã, não me importo com sua mania de dormir de meias, com as músicas que você escuta e com o seu jeito de deixar tudo pra depois. Sim, você pode afundar o seu nariz no meu pescoço pra ficar sentindo o meu perfume enquanto acompanha a minha respiração, mas só se eu puder fazer o mesmo com você. Pode começar uma guerra de travesseiro e puxar o edredom até me deixar descoberta, mas podemos chamar isso de "lutinha" e você deixa eu ganhar? Eu faço chocolate pra você, mesmo se você disser que o seu é melhor. E se eu vou me acostumar a te ver todos os dias? Eu não me acostumo é com sua ausência. Vem, vamos dormir de conchinha. Me atrapalhe enquanto eu faço algo importante pra eu te xingar e depois te beijar como se não houvesse amanhã. "Deixa eu mostrar que tudo o que eu faço sozinha posso fazer com você e poder ser completa com você."

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eu poderia começar citando todos os motivos que me fazem gostar de você, mas tem um pequeno problema: eu não sei. Realmente não sei o que me faz gostar tanto de você. Não faço a mínima ideia do que a minha solidão viu na sua, só sei que eu encontrei um belo par de olhos no seu rosto que fazem aflorar uma imensa felicidade em mim.
Você tinha todos os motivos pra fugir de mim, até porque não sou alguém com um futuro brilhante e nem tenho muito a lhe oferecer, mas você ficou. Sabe-se lá por qual motivo. Qualquer pessoa não aguentaria duas semanas ao meu lado, mas você... Ah, você me faz acreditar que tu consegue suportar minha presença na sua vida por séculos.
Qualquer uma me chamaria de idiota, babaca etc etc etc - é exatamente o que você diz que sou. A grande diferença é que você fala isso rindo. E esse riso aí, garota? Você ri e meu mundo sorri junto. Já ouvi dizer que quando o universo conspira a favor, não tem como dar errado e, meu bem, é impossível dar errado com essa minha força de vontade de que dê certo.
Se a sua intenção era fazer minhas pernas tremerem e meu estômago revirar quando direciona seus passos à minha direção, você conseguiu. Se pretendia tirar meu sono e deixar meu pensamento inquieto por desejo de estar onde seu corpo repousa tranquilo, meus parabéns, você é boa demais nisso.
Você mudou em meia hora o que o resto do mundo poderia tentar alterar por mil anos e mesmo assim não conseguiria. Eu sempre enxerguei o mundo com olho raivosos, mas hoje eu olho pra ele com os olhos de quem encontrou a felicidade e se deu conta do quão mágico isso é. Nunca mudei por alguém, mas por você me esforço pra ser o melhor que eu puder.
Tenho manias irritantes e indesejáveis, minha maneira de pensar e me expressar é extremamente complicada, minhas crises existenciais são terríveis e meus surtos psicóticos não são pra qualquer uma. E é exatamente aí que você entra na história. Você não é qualquer uma. É um tesouro que encontrei, a coisa mais preciosa que tenho. Nunca olhei pra uma boca tão fina e desejei como alguém deseja uma gota de água no meio de uma seca do nordeste. Então vem pra cá, segura a minha mão.
"Me roube a caneta, me tire o papel, bagunce o meu pensamento, me prenda o fôlego, mude a ordem das frases, manche o meu ego de tinta. Sorria pra mim e faça esse texto valer a pena."
Esse é seu, mozi.

domingo, 14 de julho de 2013

Deu errado

Você me chamou na sala pra conversar mas não houve nem vestígios de conversa, você só me disse que não sabia exatamente o momento em que tinha começado a dar errado. Engraçado, eu poderia ter dito tanta coisa e talvez te contado quando é que começou a dar errado, mas invés disso preferi o silêncio e enquanto você faz as malas para sair pela mesma porta que entrou, dois anos atrás, eu fico aqui. Sentada. Apenas observo. E penso, é claro.
Quando é que começou a dar errado? Você realmente não sabe ou está fingindo não saber para fugir de uma provável discussão que você com certeza perderia? Deu errado essa sua mania de não perdoar as minhas verdades. Deu errado a maneira como você queria chamar atenção. Deu errado você não se importar com o que realmente precisava de importância. Deu errado as suas criticas e falta de elogios. Deu errado você não ter deixado de lado o seu passado para viver o agora. Deu errado seu mau humor constante. Deu errado eu acordar sozinha várias manhãs enquanto você estava na rua. Deu tudo errado.
E pensar que um dia eu imaginei que dessa vez daria certo. Mas não, somos o oposto. E não me venha com essa mesma conversinha de que os opostos se atraem. Ok, podem se atrair, mas quem prova que dão certo? Eu errei também. Errei quando imaginei nós em uma idade avançada, porém ainda felizes. Errei quando te dei o melhor de mim. Errei em colocar sentimento demais na nossa relação. Errei. Errei. Errei. Aliás, era disso que nosso suposto relacionamento era formado: erros.
Deu errado eu ter botado fé em você.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ainda há tempo


Foge enquanto há tempo. Sério. Comece a correr. Corra o mais rápido possível e fuja. Pra longe, bem longe. Lembre-se de olhar para trás e ver se não estou te perseguindo, reze para que eu não te veja escapar de mim. "Escapar de mim" tá aí falsas palavras. Me explique você como é que pode "escapar de mim" algo que nunca foi meu? Eis o amargo efeito das palavras.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Arranjar, compor, reparar


O mar amanheceu calmo, o céu nublado e a brisa gelada. Era apenas mais um dia de trabalho comum para a pessoa que se autodenomina “mecânico”. O que ele faz? Conserta barcos. Todos os tipos de consertos, desde a parte técnica do motor até aquele arranhão na pintura.
A mesma caminhada da manhã até o porto, os barcos posicionados e um longo dia pela frente. Não eram simples consertos, era o prazer de colocar aquelas geringonças para navegar. Era o prazer de ver os sorrisos nos rostos dos amantes do mar. Aquela singela alegria em ajudar.
Ser mecânico não é tão fácil assim. Danos de barcos são pessoas complicadas. Tem sempre aquele que o barco está caindo aos pedaços, mas insiste em dizer que está tudo certo. E há, também, aquele que o barco se encontra em perfeito estado, porém jura de pé juntos que a qualquer momento seu barco vai afundar.
Contudo, ele não desiste de consertar. É o que faz de melhor e o que gosta de fazer. Porque, de um modo complexo de pensar, tudo não passa de um eterno semear de esperança em que se tem que regar para algo florescer. Barcos são como pessoas. Alguns estão furados, outros o motor fundiu e poucos a pintura está gasta. Nada que não tenha conserto, nada que não se possa dar um jeito. É isso que o mecânico costuma dizer e acredita friamente em cada palavra.
E você, qual barco é?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Ser humano


Ser humano é a coisa mais – desculpe a expressão – filha da puta que existe. Você conhece algum besouro mentiroso? Um pato que engana outros patos? Um elefante que mata por prazer? Um tubarão que destrói o seu próprio habitat?
Oh raça filha da puta. Vergonha de ser chamada de “ser humano”. A pessoa que disse que o homem é um animal que não deu certo, deveria ganhar um prêmio. Oscar. Nobel. Sei lá, mas presenteiem e reconheçam a genialidade de quem falou tal coisa.
Se reconhecermos como verdade a história que a Tia Maricota – ou seja lá o nome – do ensino infantil contou sobre o meteoro que caiu na Terra e dizimou os dinossauros, desejo que caia outro meteoro. Se há um ser divino, onipotente, onipresente, uma energia superior, um espírito bom – não me importa a sua crença - peça para ele mandar outro meteoro. Sério. Mas peça para ele mandar rápido, com urgência, porque se ele não terminar com essa palhaçada logo, o planeta acaba por si só. Não aguenta.
Tentando fazer uma pequena e idiota comparação da Terra com o corpo humano, temos o seguinte: as células do corpo podem ser representadas pelos indivíduos do planeta – animais, vegetais, fungos, vírus, bactérias... Imaginemos que a pessoa de quem pegamos o corpo para tal comparação, tenha câncer. Então, os seres humanos são esse câncer. O câncer da Terra.
“Ah Nathalye, mas você é humana e nem todo mundo é ruim assim”. Óbvio. Estou falando de uma grande maioria de filhas da puta, não de todos no geral. Lewis disse: oremos para que a raça humana jamais escape da Terra para espalhar sua iniquidade em outros lugares. Só desejo que Deus o ouça.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Os males do pensar


“Ela me disse que era louca e eu não acreditei. Agora estou aqui, assistindo ao telejornal enquanto o rosto dela estampa todas as polegadas da minha televisão. E que rosto... Que boca...Aqueles olhos, agora encontrados fechados... Por que você? Por que eu? Por que nós?”
Não era nada mais do que um domingo comum. O levantar solitário acompanhado do silêncio da rua, as rosquinhas de morango de sempre e o deitar na cadeira de leitura. Passou horas lendo. Horas e mais horas. Até perder a concentração com o barulho do estômago. Revirou o armário em busca de algo rápido e fácil de se cozinhar, mas só encontrou embalagens do que não à apetecia.
Foi até a geladeira. Ah, a geladeira... Sempre tão fria. Lembranças frias. Encontrou o bilhete ali pendurado por um imã. O mesmo bilhete que enfeitava o local durante poucas e longas semanas. Leu-o novamente e quanto mais lia, mais queria ler. Sentia a necessidade de encontrar algo que tivesse entendido errado, desejava ter lido errado. Mas não. Não leu errado. Eram as mesmas palavras. Frias. Sempre frias como a geladeira.
Perdeu a noção do tempo e se viu subindo as escadas para a cobertura do edifício. Sentia o pé quente, que antes se encontrava dentro de uma meia, agora tocando o chão frio e empoeirado. Abriu a porta que dava de frente para um edifício ainda maior que o de sua moradia e saiu rodopiando com os braços abertos, podia sentir o vento soprar e seu vestido subir enquanto seus cabelos voavam. Isso era o número 12 da “Lista de Melhores Sensações do Mundo”. Sentou-se em uma das pontas do alto prédio e, enquanto aproveitava a última respiração ofegante, pôs-se a refletir.
Começou a pensar em todas as palavras que tal bilhete lhe trazia e o que cada uma significava. Era difícil encontrar onde errou com tantas imagens vindo em pensamentos. Sentiu-se enlouquecida, a mente barulhenta demais para aguentar a pressão que as lembranças faziam sobre ela. Levantou. Observou a rua. Pulou.
Pensar dói, machuca, corrói, mas pensar faz bem. Clarice costumava dizer: escrever é uma maldição. Ouso completar com: se escrever é uma maldição, pensar é uma maldição e meia. Contraditório. Pense nisso.